Quantcast
Channel: cultura – Aventar
Viewing all articles
Browse latest Browse all 42

Memofante

$
0
0

O ex-Secretário de Estado da Cultura   Francisco José Viegas, na sua coluna de 23 de Junho no Correio da Manhã, a propósito de um livro (Portugal em ruínas, da Fundação Francisco Manuel dos Santos) refere-se ao trabalho do autor, Gastão de Brito e Silva, dizendo que este fotógrafo “… reúne num pequeno livro ……….dedicado a espiar não só as ruínas dos monumentos, mas também os sinais e os testemunhos deixados pelo tempo em edifícios que tudo corroeu: a incúria, o desprezo, o desinteresse, a ignorância e a fúria da construção civil”. Termina o artigo: “São, por si só, diques que não resistiram à nossa passagem ou ao nosso esquecimento, a doença fatal de um país.”

 

Pois. Lembrei-me logo de quatro coisas, entre várias: a barragem do Tua, o acordo ortográfico, a reestruturação dos serviços da área da administração do Património Cultural (Museus, Arquivos, etc.), e os bens Património Mundial . E a propósito da passagem de Francisco José Viegas pelo Governo, lembrei-me também ( isto da memória é tramado! ) de um artigo de Vasco Pulido Valente (também ele ex-Secretário de Estado da Cultura) de 11 de Janeiro de 2009, no jornal Público, intitulado “Uma história portuguesa”, que não resisto a citar parcialmente (recomendo a leitura na totalidade), pois assenta como um fato da House of Bijan nos titulares da pasta da Cultura dos Governos Sócrates (especialmente Isabel Pires de Lima, Gabriela Canavilhas e Elísio Sumavielle), e nos titulares da área da Cultura dos Governos Passos Coelho ( Francisco José Viegas e Jorge Barreto Xavier.
Nunca a gente que ocupou o Ministério da Cultura conseguiu perceber que a sua principal responsabilidade era o património”.
E não se chega à presente catástrofe em menos de anos sobre anos de abandono e de incúria. Quando se pergunta como depois da democracia e da Europa acabámos nesta melancólica miséria, basta pensar na política de promoção e defesa do património cultural; no oportunismo, desorganização e pura estupidez de que ela precisou para durar.

Lapidar.


Filed under: cultura, política nacional Tagged: cultura, património, politica

Viewing all articles
Browse latest Browse all 42