Alexandra Lucas Coelho foi premiada num do mais importantes prémios atribuídos em Portugal. Dou-lhe os meus sinceros parabéns. E ainda bem que no seu discurso disse o que lhe apeteceu.
Mas o texto aqui escrito por Sarah Adamopoulos (que não conheço) leva-me a dizer o seguinte: quem fingiu, e bem, que havia cultura no governo foi Gabriela Canavilhas e o seu SEC de então; e nessa matéria foram muito bem secundados por Francisco José Viegas, e apenas com uma diferença, é que com Sócrates havia Ministério da Cultura e Secretaria de Estado da Cultura, e com Passos Coelho não há MC mas também não há SEC. A reestruturação dos serviços da área da Cultura feita por FJV é a mesma que estava preparada anteriormente, e que apenas pode ser adjectivada de vergonhosa, aliás como a sua prestação como SEC.
Com isto não estou a defender que com Jorge Barreto Xavier é que a coisa está boa, nem que a sua intervenção quando do prémio tenha sido correcta. Outro aspecto tem a ver com o prémio monetário. Se, como se diz, o prémio tem uma parte de dinheiro público, então direi que como contribuinte não quero que os meus impostos sejam aplicados em prémios literários. Claro que essa decisão não é minha, é de um governo, este ou outro, que seja legitimamente eleito. E por isso este país não é de Cavaco Silva, como diz Alexandra Lucas Coelho, mas também não é de Siza Vieira, ou de qualquer outra estrela da nossa área dita cultural.
Quanto ao papel que deve ter um Secretário de Estado da Cultura de qualquer governo, pergunto, e então o património cultural? E a língua, que é também património? E o Acordo Ortográfico? Como ficamos?
Como dizia um primo meu, esta malta acha que a cultura é uma casa à parte do país.
*Título de um livro de Manuel Vásquez de Montalbán, cuja leitura recomendo
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